terça-feira, 16 de julho de 2013

As Sete Lágrimas de Pai Preto

Foi uma noite estranha aquela noite queda; estranhas vibrações afins penetraram meu Ser Mental e o faziam ansiado por algo, que pouco a pouco se fazia definir...

Era um que desconhecido, mas sentia-o,como se estivesse em comunhão com minha alma e externava a sensação de um silencioso pranto... Quem do mundo Astral emocionava assim um pobre "eu"; não o soube, até adormecer...e..."sonhar"...

Vi meu "duplo" transportasse, atraído por cânticos que falavam de Aruanda, Estrela Guia e Zambi; eram as vozes da SENHORA DA LUZ VELADA, dessa UMBANDA DE TODOS NÓS que chamavam seus filhos de fé...

E fui visitando Cabanas e Tendas, onde multidões desfilavam...Mas, surpreso ficava, com aquela "visão" que em cada uma eu "via", invariavelmente, num canto, pitando, um triste Pai Preto, chorava.

De seus "olhos" molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhe pelas faces e não sei por que, contei-as... Foram sete. Na incontida vontade de saber, aproximei-me e interroguei-o: fala Pai Preto, diz a teu filho, por que
externas tão visível dor?

E ele, suave, respondeu: Estás vendo essa multidão que entra e sai? As lágrimas contadas, distribuídas estão dentro dela... A primeira eu a dei a esses indiferentes que aqui vêm em busca de distração, na curiosidade de ver, bisbilhotar, para saírem ironizando daquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber.

Outra, a esses eternos duvidosos que acreditam, desacreditando na expectativa de um "milagre" que os façam "alcançar" aquilo que seus próprios merecimentos negam.

E mais outra foi para esses que creem, porém, numa crença cega, escrava interesses estreitos. São os que vivem eternamente tratando de "casos" nascentes uns após outros...

E outra mais distribui aos maus, aqueles que somente procuram a Umbanda em busca de vingança, desejam sempre prejudicar a um seu semelhante eles pensam que nós, os Guias, somos veículos de suas mazelas, paixões, e temos obrigação de fazer o que pedem...pobres almas, que das brumas ainda não saíram.

Assim, lembrando bem, a quinta lágrima foi diretamente aos frios e calculistas não crêem nem descrêem; sabem que existe uma força e procuram se beneficiar dela de qualquer forma. Cuidase deles, não
conhecem a palavra gratidão, negarão amanhã até que conheceram uma casa de Umbanda... Chegam suaves, têm o riso e o elogio à flor dos lábios, são fáceis, muito fáceis; mas se olhares bem seus semblantes, verás escrito em letras bem claras: Creio na tua Umbanda, nos teus Caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem "o meu caso", ou me curarem "disso ou daquilo"...

A sexta lágrima eu dei aos fúteis que andam de Tenda em Tenda não acreditam em nada, buscam apenas aconchegos e conchavos; seus olhos revelam um interesse diferente, sei bem o que buscam.

E a sétima, filho, notaste como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ÚLTIMA LÁGRIMA, aquela que "vive" nos "olhos" de todos os Orixás; fiz doação dessa, aos vaidosos, cheios de empáfia, para que lavem suas máscaras e todos possam vê-los como realmente são...

"Cegos, guias de cegos", andam se exibindo com a Banda, tal e qual mariposas em torno da luz; essa mesma LUZ que eles não conseguem VER, porque só visam a exteriorização de seus próprios "egos".

Olhaios bem, vede como suas fisionomias são turvas e desconfiadas; observai-os quando falam "doutrinando"; suas vozes são ocas, dizem tudo de "cor de salteado", numa linguagem sem calor, cantando loas aos Guias e Protetores, em conselhos e conceitos de caridade, essa mesma caridade que não fazem, aferrados ao conforto da matéria e à gula do vil metal. Eles não têm convicção.

Assim, filho meu, foi para todos que viste cair, uma a uma, AS SETE LÁGRIMAS DE PAI PRETO! Então, com minha alma em pranto, tornei a perguntar: Não têm nada mais a dizer, Pai Preto? E, daquela "forma velha", vi um véu caindo e num clarão intenso que ofuscava tanto, ouvi mais uma vez...

"Mando a luz da minha transfiguração para aqueles que esquecidos pensam que estão... ELES FORMAM A MAIOR DESSAS MULTIDÕES..." São os humildes, os simples estão na Umbanda pela Umbanda, na confiança pela razão...SÃO SEUS FILHOS DE FÉ.

São também os "aparelhos", trabalhadores, silenciosos, cujas ferramentas se chamam DOM e FÉ, e cujos "salários" de cada noite são pagos quase sempre com uma só moeda, que traduz o seu valor numa única palavra a INGRATIDÃO...

W.W. da Matta e Silva

Fonte: 
ALGUNS FUNDAMENTOS E REVELAÇÕES SOBRE A
Umbanda
ÚNICA RELIGIÃO AUTENTICAMENTE BRASILEIRA
por Eduardo Parra (YabhaktiSwara) *

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