segunda-feira, 6 de abril de 2015

Em Casa de Mandingueiro

Meu povo, em casa de mandingueiro feito, pai de santo , macumbeiro criado dentro de terreiro de umbanda tradicional não falta pedaço de carvão pra desviar olho gordo, figa de guiné atrás da porta, espada de ogum e de iansã do lado de fora da porta, comigo ninguém pode no pé da calha, mandacaru na porta da frente e dos fundos, gato vadio que aparece quando necessário, cachorro bravo pra quem é do mal e manso pra quem é do bem, sapo cururu no meio das folhagens, ponteiro do lado de fora das janelas, assentamentos de exu e malandro.

Tudo isso pra mandingueiro feito e protegido que carrega as forças e as proteções dos orixás que de pessoa comum e normal não tem nada, pois luta dia a dia contra demandas, contra as forças do mal.

Se pra casa de mandingueiro tem todas estas proteções. Olha o perigo meu povo! Pra consulentes e pros outros que mesmo espiritualizados não acreditam na força do mal.

Eu sei, luto contra ele desde que me entendo como gente, ele chega sinistro, sútil e delicado. Sem despertar atenção e aí quando se vê já tomou posse de tudo.

Assim é com pessoas, om casas, em negócios, em terreiros, no meio da família,
Quanto mais forte e sábio mais o mal é atraído para derruba-lo. Mais é cassado pois se torna uma presa de grande valor. A prepotência e a arrogância de alguns é que os tornam presa fácil para o mal.

Meu povo, ando e sempre andei de um jeito que o diabo não gosta: batendo de mão aberta nas coisas ruins em nome de Olorum e de Oxalá.

É assim que é. Aro.


Fonte: João Aroeira (In memoriam)

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